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NÃO FALE O MAL – CRÍTICA (SEM SPOILER)

"Vou mostrar a você o que é um homem de verdade” James McAvoy

A pergunta que nunca se cala é, qual motivo do cinema americano fazer remakes de filmes de outros países? Não seria mais fácil dublar já que dizem que “Americanos não gostam de ler legendas”


Mas não, eles sempre fazem o tal do remake, e na maioria da vezes são bem ruins, principalmente quando são filmes de terror extremo como por exemplo o filme francês MÁRTIRES de 2008 do diretor Pascal Laugier e o filme austríaco BOA NOITE, MAMÃE de 2014 dos diretores Severin Fiala e Veronika Franz, são filmes com um tipo de narrativa bem diferente que não se explicam o tempo todo, fazendo com que o expectador preencha as lacunas do que irá ou não acontecer, as motivações dos personagens e por aí vai, e na maioria das vezes nunca vai na direção que achamos e isso acaba nos surpreendendo bastante.


Dai chegamos ao  aclamado filme dinamarquês SPEAK NO EVIL de 2022 do diretor Christian Tafdrup, que foi selecionado como um dos 12 Melhores Filmes de Terror Internacionais de 2022 pelo site Bloody Disgusting especializado em conteúdo sobre terror.

Outro detalhe importante sobre o final dos casos citados, que são bem grosseiros de tamanha frieza e violência, bem diferente do que acostumamos assistir nos filmes americanos do mesmo gênero. Esses filmes de terror extremo não é pra qualquer tipo de público, tem que ter estômago forte pra aguentar.


Eu gosto muito do filme original, não é perfeito, tem alguns problemas na narrativa pelo fato do desenvolvimento da relação entre os casais tomar grande parte do filme deixando ele um pouco lento, mas consegue explorar bem os arcos dos personagens individualmente, tendo um dos finais mais chocantes do gênero diga-se de passagem.

Então 2 anos depois o filme ganha seu remake desenvolvido pela Blumhouse e a Universal Pictures chamado NÃO FALE O MAL dirigido e roteirizado por James Watkins, que tem no seu currículo o filme A MULHER DE PRETO de 2012 com ator Daniel Radcliffe, e alguns episódios da série BLACK MIRROR da NETLIX.


Na trama seguimos a historia de uma família dos Estados Unidos que, após se aproximar de uma família britânica durante suas férias na Europa, aceita um convite para passar um final de semana em sua casa de campo. Inicialmente, o cenário parece perfeito, oferecendo uma pausa tranquila. No entanto, o que deveria ser um fim de semana relaxante logo se transforma em um pesadelo sombrio. Os anfitriões, Paddy e Ciara, começam a agir de forma estranha, revelando uma violência perturbadora e traços de maldade sobrenatural. Bem e Louise Dalton, os visitantes, se veem presos em um jogo sinistro do qual desconhecem as regras, sem saber como escapar da situação cada vez mais aterrorizante.

O ponto forte desse filme é o ator James McAvoy que interpreta o pai da família britânica, que acaba ganhando muito mais destaque em relação a obra original, mostrando toda sua versatilidade, se transformando do educado amigo apoiador ao macho tóxico com piadas grosseiras e comportamento intimidador num estalo de dedo.


O arco do ator Scoot McNairy que interpreta o pai da família americana, nessa versão perde muito, pôs ele não tem a jornada de crescimento da sua auto confiança durante a trama, e nessa versão ele se resume ao marido e pai sem atitude, ao ponto de mau conseguir proteger a sua família.

Normalmente remakes americanos seguem uma cartilha na hora de desenvolver suas tramas explicando tudo e preenchendo tudo que não é explicado na obra original e esse não foge muito disso, mas o diretor opta em encurtar o tempo do desenvolvimento dessa estranha amizade entre os casais, isso foi um ponto positivo, mas por outro lado perdemos algumas cenas interessantes do filme original, mas isso não atrapalhou o todo.


Outra detalhe interessante que nessa nova versão foi criada uma subtrama com os filhos do casais dando mais tempo de tela para crianças e tambem facilitando o andamento da trama principal. E a mudança significativa é um terceiro ato totalmente diferente do filme original, que me surpreendeu e combinou com toda proposta, escolhendo uma versão mais Hollywoodiana por assim dizer.

Confesso que achei que seria mais uma remake ruim, o filme NÃO FALE O MAL não é essa obra prima do suspense, mas cumpre o que se propõe e nesse caso as mudanças foram positivas, deixando o filme mais palatável pro público em geral que não gosta desses filmes com trama sem explicações e finais em aberto como alguns suspenses e terror europeus fazem.


Mas ainda continuo achando o filme SPEAK NO EVIL muito melhor, pela coragem nas escolhas que o diretor Christian Tafdrup faz principalmente com relação final chocante que você simplesmente tem que aceitar nem todo final é feliz.


EU RECOMENDO

NOTA: 6,4/10

 

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Já viu o filme? Se gostou, mande suas impressões.


Espero que tenham gostado do conteúdo, deixa sua opinião.

Eu sou o Anderson Proença e até a próxima crítica.

 

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